terça-feira, 30 de julho de 2013

Anistia geral e irrestrita: É isso que esperam os agro-pecuaristas nordestinos‏

Depois de quase dois anos da maior estiagem já vivenciadas pelos agro-pecuaristas nordestinos, espera-se que os governos federal e estadual perdoem, de uma vez por todas, os débitos contraídos pelos mesmos, anterior a esse período.

A longa estiagem que afetara a vida e o cotidiano do nordeste do Brasil, começara em outubro de 2011. De lá pra cá é só sofrimento e prejuízos. O nosso rebanho foi, significativamente, diminuído e dizimado. Produção nesse período não existiu e, o governo que, prevendo tamanha problemática, poderia bem antes intervir com ações estruturantes e de convivência com o semi-árido também não se movimentou.

Fato é, que toda a carga de problemas recaiu de vez no "colo" do nordestino. E, como sempre a nossa força de vontade fez com que os agricultores, pecuaristas e comerciantes desta região buscasse, muitas vezes pela fé, a saída que, até então não chegara.

O governo federal, tardiamente, lançou programas de ajuda aos municípios e ao homem do campo. Entretanto, os mesmos não estão surtindo o efeito esperado por aquele ente federativo. Dos 9 (nove) bilhões de ajuda aos municípios e estados anunciados pela Presidenta Dilma, em Fortaleza (aquisição de máquinas e equipamentos), à distribuição de milho a preços menores que os de mercado, como ainda na prorrogação e até rebate de 85% da dívidas agrária de um ramo de produtores, pouco se concretizou como ação imediatista para poder fazer com que muitos nordestinos pudessem voltar a ter uma noite de sono menos ruim.

"Nos últimos meses, vozes foram levantadas, inclusive por setores do governo, no intuito de anistiar por total a dívida agrária nordestina. E nada mais justo que isso ocorra", relatou o Vereador Alan, no Distrito do Angico domingo passado. Ainda segundo ele, "Se no sul do Brasil a organização dos produtores faz com que o governo possa subsidiar a produção, porquê isso não pode acontecer no nordeste?". "Ao invés de palavras como Renegociação e empréstimos, a nossa real situação pede por PERDÃO E SUBSÍDIO".

O Deputado Daniel Almeida que também esteve presente no Angico, numa comemoração do dia do lavrador feita pelo STTR-Mairi, se colocou como incansável nessa luta de perdão da dívida agrária dos nordestinos.

Estradas de Mairi são as piores da região‏

O Município de Mairi vive atualmente um dos piores momentos da sua história com relação ao tráfego de pessoas e/ou mercadorias em detrimento ao péssimo estado das suas vias de acesso.

Das vias que são de responsabilidade do Estado, uma está em recuperação (Mairi x Baixa Grande) e, a outra (Mairi x Várzea da Roça) dá vontade de nem mais trafegar devido a situação deplorável a qual se encontra.
Mairi x Várzea da Roça
As vias de acesso sob o jugo do município estão em situação que "tira" a vontade do cidadão de desloca-se para a zona rural. Carros quebrando a todo instante, localidades quase que sem acesso e, empresas mudando a rota de entrega de mercadorias dão a tona da nossa atual situação.

A prefeitura de Mairi, diferente das vizinhas, foi a única que ainda não deu manutenção nas suas estradas vicinais, que são muitas (cerca de 1.200 Km). Enquanto nossos vizinhos já fizeram as suas malhas viárias por até duas vezes, Mairi está deixando a situação se alarmar a cada dia.

Alguns municípios da região, que não possuem maquinário para tal, acabaram por alugar equipamentos para realizar as intervenções necessárias na área. Enquanto isso, Mairi além de não alugar nada, também não recuperou as nossas máquinas, deixando a situação chegar no que está.

Os donos de "carros de linha" ou até mesmo aqueles que prestam serviço para o município não aguentam mais. Empresas, por exemplo, que entregam mercadorias no Distrito de Aroeira, desviam cerca de 60 Km para não trafegar pela estrada que liga Mairi a Aroeira. As pessoas que moram nas divisas de Mairi estão pedindo auxilio às prefeituras de Pintadas e Baixa Grande para recuperar parte das mesmas.
Patrol nova que Mairi recebeu
Nos últimos meses, a prefeitura de Mairi, recebeu da Presidenta Dilma uma retroescavadeira e uma patrol, no entanto nada de recuperar as nossas estradas, reclama o vereador Alan. Ainda segundo ele, o município gasta por mês volumosas quantias em combustíveis, sem ao menos aplicá-las naquilo que é fundamental para o desenvolvimento: a acessibilidade que gera divisas.

Espera-se que essa administração acorde, fazendo um cronograma daquilo que é prioritário para o município e, atuando de fato nas resolução de problemas que estão atrasando o nosso crescimento. Ainda segundo Alan, "quem gastou quase um milhão no São João 2013, não deve ter dificuldades para recuperar as nossa abençoadas estradas".
Vereador Alan

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Prefeitura de Mairi irá realizar processo seletivo na área educacional‏

O prefeito municipal de Mairi enviou para a Câmara de Vereadores projeto de lei pedindo autorização para a realização de processo seletivo na área da educação.

Segundo o projeto enviado pelo executivo, serão criadas 80 vagas para professor, 70 para auxiliar de apoio educacional, 11 para agente administrativo e 06 para motorista. Todas essas vagas poderão ser habilitadas por qualquer cidadão aptos dentro do edital que será posteriormente lançado pela prefeitura.

O projeto de lei foi apresentado nesta sexta-feira, 05 de julho de 2013. Segundo os vereadores da oposição, o projeto poderá ser votado até na próxima semana.

A expectativa pelo processo seletivo é grande e, poderia ser maior se o executivo realizasse concurso público. 

Durante a sessão, os vereadores se posicionaram favorável a realização do processo seletivo e, até mesmo a um futuro concurso público.
Segundo o Vereador Alan, "é salutar esse processo seletivo, uma vez que possibilitará o município a regularizar as pendências do setor educacional, avisados por ele desde o mês de fevereiro". Ou o município enxuga a folha agora ou terá graves problemas com ela nestes próximos meses, que serão tenebrosos, relata ainda o Vereador Alan.

Professores acamparam na Prefeitura Municipal de São José do Jacuípe

Após realizar marcha pelas ruas e protestos em frente a Prefeitura, funcionários de São José do Jacuípe bloquearam a estrada de acesso da cidade, no intuito de chamar a atenção da prefeita que ainda não compareceu para negociar as reivindicações que entre outras são: Pagamento dos salários atrasados (dezembro de 2012, 13º e terço de férias) e uso indevido de verbas do FUNDEB.

Não havendo resposta, por ordem da promotoria, a prefeitura foi ocupada. Os professores na 2º noite de ocupação na espera que a prefeita atenda a categoria para se chegar a um acordo, mais a mesma se recusa recebê-lo. O movimento dos professores é pacífico, nada foi danificado e nem impediram que os funcionários trabalhassem no local. O poder executivo solicitou ajuda do Major da PM de Jacobina, mas o mesmo não atendeu ao pedido alegando estarem os professores gozando de seus direitos e que a polícia intervirá somente se houver danos ao patrimônio público.

Ameaças foram feitas na intenção de parar os protestos. O professores que tem aulas extra foram ameaçados de perdê-las caso comparecessem à ocupação, as demais categorias de funcionários, por não terem uma entidade representativa como a APLB, não estão  participando do acampamento por terem sofrido ameaça de corte salarial. A faixa com os dizeres "FUNCIONÁRIOS REIVINDICANDO SEUS DIREITOS", que foi usada na manifestação e estava na fachada da prefeitura foi rasgada por uma funcionária do alto escalão.

Os professores reiteram que não estão fazendo manifestação partidária, uma vez que entre os manifestantes há pessoas de grupos políticos distintos, estão apenas reivindicando o que é seu e pedindo que a prefeita compareça para uma conversa.

www.cuscuzeiro.blogspot.com

Professores fazem manifestação em São José do Jacuípe

Com o intuito de reivindicar o pagamento dos salários atrasados (dezembro/2012, 13º e 1/3 de férias), a APLB Sindicato mobilizou os profissionais da educação de São José do Jacuípe e toda a educação do município parou. 

As aulas foram suspensas e os professores e demais profissionais do setor se reuniram na sede da APLB para seguir em marcha até a prefeitura, onde solicitaram uma reunião com a prefeita.

Outras classes já confirmaram adesão ao movimento. A saúde está parando, guardas estão presentes, motoristas se mobilizando para parar. Estudantes estão dando apoio ao manifesto e vereadores se fazem presentes. 
Jacuípe Noticías

terça-feira, 2 de julho de 2013

Movimento passe livre: Oportunidade para repensarmos o Brasil

    Poucas vezes na história Brasil revoltas populares eclodiram de norte a sul, com objetivos semelhantes, num só coro, num só grito, exigindo mudanças. Tomemos como referência o MOVIMENTO DIRETAS JÁ. Quando o povo foi às ruas em 1984, naquele momento governo, lideranças e partidos políticos pareciam não entender a dimensão do clamor popular e se engalfinhavam nos bastidores e nos palanques pela manutenção do poder que o antigo regime lhes outorgara. A ditadura agonizava, o povo tomava as ruas no anseio de decidir o futuro da nação através do voto direto, mas o parlamento, numa solução negociada com a ditadura optou pela eleição indireta, rejeitando a emenda Dante de Oliveira. O direito ao voto direto para Presidente só viria de fato a ser conquistado nas eleições de 1989, quando o povo tomado pelo desejo de mudança, deu uma “guinada à direita” e caiu no discurso do “caçador de marajás” elegendo Fernando Collor presidente.

Em 1992, o povo volta às ruas no movimento CARAS PINTADAS pedindo o impeachment do primeiro Presidente eleito no pós ditadura. Desde então, manifestações pontuais sempre aconteceram no Brasil sem qualquer articulação a nível nacional ou grandes sobressaltos.  São movimentos com bandeiras distintas, sem vinculação partidária que protestam por moradia, pela posse da terra, contra a corrupção, pela igualdade de gênero, liberdade religiosa etc... movimentos que não representam a possibilidade de abalo das estruturas do poder central.

O 17 de junho de 2013 entrará para a nossa história como o dia em que o povo tomou as ruas das principais capitais do Brasil, num só coro, num só grito, exigindo mudanças. Mais uma vez os políticos parecem não compreender o que está acontecendo e enviam mensagens contraditórias que em alguns momentos parecem acenar para um provável apoio, em outros deslizam para a repressão a qualquer custo. O que realmente parece novo no MOVIMENTO PASSE LIVRE que tomou ás ruas do país esta semana é o fato de que sua coordenação não está atrelada a nenhuma central sindical ou partido político. Provou-se que não é necessária a participação das tradicionais forças mobilizadoras de protesto no Brasil como a CUT,  FORÇA SINDICAL, UNE, MST ou de partidos como o PT, PCdoB, PSB, PDT etc. para que o povo tome as ruas e exija mudanças.

O que existe de concreto neste momento não é a idéia de tomada do poder ou do surgimento de um grande líder, características marcantes em movimentos populares que permearam a história do Brasil, como a Revolução Farroupilha, Canudos, Contestado, Juazeiro, Cangaço, dentre outros.  O que se vê neste momento ímpar é o uso das redes sociais, espalhando um sentimento mobilizador que é generalizado, fruto do cansaço com os desmandos dos sucessivos governos, sempre tolerantes com a corrupção enraizada nas práticas políticas que transformam os gabinetes em balcões de negócios, onde acordos espúrios são tecidos entre setores públicos e privados; assim como pela revolta com a manutenção de uma estrutura tributária que sufoca a classe média, além da constante ameaça de retorno da inflação e o alto custo e baixa qualidade dos serviços de transporte coletivo, razão do início dos movimentos atuais, que já se estende englobando estas e outras questões como os gastos exorbitantes com a copa do mundo em detrimento dos investimentos em saúde e educação.

 O fato é que o Brasil, considerado uma das mais sólidas democracias das Américas, não aproveitou nas três ultimas décadas a oportunidade de fazer reformas estruturais que modificasse de fato as grandes contradições sociais existentes, o abismo entre ricos e pobres, a injusta estrutura agrária, o sistema político, a educação e a saúde. Espero que este momento seja de fato uma oportunidade para pensarmos o país que queremos para o futuro e as lições que poderemos tirar das ruas, assim como o que de fato podemos fazer para mudar a nossa própria história. E que possamos avançar rumo a um país melhor. Que o barulho das ruas não seja o despertar para outra guinada à direita conservadora, como historicamente ocorre quando a democracia não dá as devidas respostas aos anseios populares. Que esse esplêndido exercício do direito de protestar não seja apenas um modismo passageiro turbinado pelas redes sociais, a partir de uma classe média estudantil, que já colhe os frutos da política econômica dos últimos anos. Que o MOVIMENTO não se encaminhe apenas para novos acordos de gabinete, afinal, a luta por cidades melhores, por um país melhor deve ser constante, supra-partidária, “colorida” e pacífica.

Por Gildazio de Oliveira Alves

Fonte: http://expressaolivremairi.blogspot.com.br/